ESPORTE / SELEÇÃO
BRASILEIRA
Dunga é confirmado como técnico da seleção brasileira: 'Copa não foi
terra arrasada'
A CBF confirmou nesta terça-feira o retorno do técnico Dunga ao
comando da seleção brasileira, com a meta de resgatar a boa imagem da equipe
após o vexame na eliminação na Copa do Mundo de 2014 e para liderar o projeto
visando o Mundial de 2018. Em entrevista coletiva realizada na sede da
entidade, no Rio de Janeiro, Dunga foi apresentado pelo presidente José Maria
Marin e pelo coordenador-geral de seleções, GIlmar Rinaldi. Ele terá ao seu
lado o auxiliar Andrey Lopes, o Cebola, com quem trabalhou no Internacional.
Em sua primeira entrevista, Dunga falou sobre o trabalho que
pretende fazer na seleção e destacou que não viu apenas coisas ruins na
participação do Brasil na última Copa.
"É
uma felicidade imensa essa minha retomada à frente da seleção. Vamos trabalhar
em conjunto com as categorias de base. Não podemos colocar essa Copa do Mundo
como terra arrasada, há coisas que podem ficar. A gente viu na Copa o quanto é
importante ter o talento, mas o planejamento também. O marketing é importante
no futebol moderno, mas o trabalho dentro de campo precisa sustentar o
marketing", afirmou Dunga, que reconheceu alguns erros no seu
relacionamento com a imprensa em sua primeira passagem pela seleção.
"Vocês
me conhecem, e dificilmente uma pessoa muda na ética, no trabalho. Mas sou ser
humano, sei que tenho que melhorar muito no contato com vocês jornalistas.
Talvez na minha primeira passagem, foquei muito no trabalho dentro de campo, e
os números estão aí para mostrar isso, tive 76% de aproveitamento. Mas tenho
que aprimorar meu relacionamento com a imprensa, é minha culpa. Estamos aqui
para iniciar um trabalho da melhor maneira possível, estamos prontos para
receber críticas e sugestões, desde que seja prol da seleção brasileira".
Coordenador
das categorias de base da CBF e técnico do sub-20, Alexandre Gallo também foi
confirmado nesta terça como treinador da seleção olímpica nos Jogos do Rio em
2016.
Aos
51 anos, Dunga volta ao cargo após a saída de Luiz Felipe Scolari, que não teve
o contrato renovado depois de a seleção ser goleada pela Alemanha por 7 a 1, na
semifinal da Copa, dando fim ao sonho do hexa em casa. O capitão do tetra
comandou o Brasil de 2006 até 2010 e dá continuidade à sequência de treinadores
gaúchos na seleção, fato que começou com ele próprio há oito anos.
Em
sua primeira passagem, Dunga foi anunciado como técnico da seleção logo após a
Copa de 2006. Durante quatro anos, ele disputou 60 jogos com o time
principal, obtendo 42 vitórias, 12 empates e seis derrotas, com 76,7% de
aproveitamento dos pontos.
Dunga
teve um início de trabalho contestado e acumulou algumas polêmicas e
desentendimentos com a imprensa, por causa de seu "pavio curto". As
críticas foram amenizadas e a equipe ganhou confiança com o título da Copa
América de 2007, na Venezuela, com vitória sobre a favorita Argentina na final.
A derrota na semifinal da Olímpíada de 2008, em Pequim,
para os argentinos, fez Dunga balançar no comando e se irritar com especulações
de que seria substituído por Vanderlei Luxemburgo. Na sequência, porém, a campanha
consistente nas eliminatórias sul-americanas, em que o Brasil terminou em
primeiro lugar, e o título da Copa das Confederações de 2009 deram mais
tranquilidade ao treinador.
Na
Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, Dunga foi pressionado para convocar os
garotos Neymar e Ganso, mas não cedeu. Na primeira fase, ganhou de Coreia do
Norte e Costa do Marfim e empatou com Portugal. Depois, passou pelo Chile nas
oitavas, mas foi eliminado nas quartas ao perder para a Holanda, por 2 a 1, e
acabou demitido.
Depois
do trabalho na seleção brasileira - que foi o seu primeiro como técnico -,
Dunga teve apenas mais uma experiência. Assumiu o Internacional em 2013 e até
ganhou os dois turnos do Campeonato Gaúcho, foi campeão, mas acabou deixando o
cargo após pouco mais de oito meses e quatro derrotas seguidas no Brasileirão.
ESPN BRASIL
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